PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS

Os prebióticos são considerados alimentos funcionais, ou seja, benéficos para o organismo. Os resultados são cada vez, mais positivos.

probiotico
probiotico

O termo prebiótico foi inicialmente empregado por Gibson Robertfroid em 1995 em jornal americano de nutrição como ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o crescimento e a atividade de uma ou várias bactérias benéficas do cólon, melhorando a saúde de seu portador.

O uso de probióticos (bactérias da flora natural) é uma conduta que vem tomando cada vez mais importância no tratamento das doenças humanas bem como a de animais. 

Estudos têm demonstrado que os probióticos têm um resultado mais positivo quando são administrados junto com prebióticos. Estes alimentos por não serem digeridos pelos sucos digestivos chegam à parte terminal do intestino intactos servindo então como substrato alimentar para as bactérias que ali vivem. Resumindo, então, por prebióticos entende-se alimentos que estimulam o crescimento de uma ou mais bactérias de nossa flora.

Os principais prebióticos são fibras alimentares não digeríveis bem como um grupo de substâncias químicas chamadas de fruto oligossacarídios (FOS).

Na alimentação humana encontram-se esses prebióticos nas raízes de plantas como chicória, cebola, alho, alcachofra, aspargo, cevada e centeio bem como em grãos de soja, grão de bico, favas e tremoço. O principal componente prebiótico desses alimentos é a inulina, muito útil em sua função. Alguns tubérculos são ricos em inulina como o yacon, originário dos Andes, hoje produzido no Brasil. O FOS oferecidos no comércio são frutos de produção química, sendo fiscalizados pela Vigilância Sanitária dos países produtores. No Brasil sua produção ainda está em fase inicial.

Os prebióticos devem exercer as seguintes funções:

1. Ajudar na manutenção da flora intestinal

2. Contribuir com a consistência normal das fezes prevenindo tanto a diarreia como a constipação intestinal por alterarem a microflora colônica propiciando uma microbiota saudável para o organismo.

3. Estimular a motilidade intestinal combatendo a constipação.

4. Colaborar para que sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias eliminando, assim, os excessos de açúcares e de gorduras ajudando o combate do diabete e do colesterol alto.

5. Estimular o crescimento de nossa flora normal e por isto inibir o crescimento de bactérias patogênicas devido à competição das mesmas. Estimular a produção de imunoglobulinas que destroem os germes causadores de doenças.

6. Reduzir o efeito prejudicial que o Helicobacter pylori possa ter sobre a mucosa do estômago.

INULINA:

A inulina é um nutriente funcional ou nutracêutico, composto por frutose, encontrado

naturalmente em inúmeros vegetais, como por exemplo a chicória e o yacon. Esse nutriente, considerado uma fibra alimentar solúvel, é chamado de alimento prebiótico devido sua função exercida no organismo humano (nutriente que serve de alimentos para as bactérias intestinais).

A inulina, que não deve ser confundida com insulina usada para o tratamento de diabete, tem sido considerado como alimento funcional, ajudando na produção de probióticos, no tratamento do diabete, para o controle da função intestinal bem como para a prevenção do câncer do intestino grosso. De momento não é produzida no Brasil e o uso dela se faz com o uso dos alimentos acima citados ou ainda de suplementos alimentares importados fornecidos no Brasil.

SIMBIÓTICOS:

Por definição, um simbiótico é um produto no qual um probiótico e um prebiótico estão combinados, como é o caso, por exemplo, quando um prebiótico como o frutooligossacarídeo(inulina ou yacon) é adicionado a um iogurte probiótico. A interação entre o probiótico e o prebiótico in vivo pode ser favorecida por uma adaptação do probiótico ao substrato prebiótico anterior ao consumo. Isto pode, em alguns casos, resultar em uma vantagem competitiva para o probiótico, se ele for consumido juntamente com o prebiótico.

Alternativamente, esse efeito simbiótico pode ser direcionado às diferentes regiões “alvo” do trato gastrintestinal, os intestinos delgado e grosso. O consumo de probióticos e de prebióticos selecionados apropriadamente pode aumentar os efeitos benéficos de cada um deles, uma vez que o estímulo de cepas probióticas conhecidas leva à escolha dos pares simbióticos substrato-microrganismo ideais.

CONCLUSÃO:

Presentes na alimentação, os probióticos, prebióticos e simbióticos atuam na manutenção da composição da microbiota intestinal, produzindo efeitos benéficos. Contudo, o estabelecimento de evidências cientificamente comprovadas dos efeitos “funcionais”

relacionados à probióticos, prebióticos e simbióticos ainda representa um imenso desafio para a pesquisa científica interdisciplinar, tanto no que diz respeito a determinação de seus efeitos benéficos, como na certificação de doses terapêuticas para cada posologia.

Carlos Antonio Madalosso
Médico Gastroenterologista
madaloss@gmail.com